Minha mãe nasceu em 12 de setembro de 1923, na cidade de Paulistana, Piauí. Descendente das famílias Léda e Palhano, esta última de origem italiana, que chegou ao País com a grafia Pagliano. Neta do poderoso lendário político republicano das terras do Maranhão, chamado coronel Leão Léda. Seu nome de solteira era Maria Amélia Léda Palhano. Quando encontrou o meu pai — falecido em 1980, no Dia do Professor, aos 60 anos —, Humberto da Costa Soares, estudava no Colégio Diocesano, em Petrolina. Ele, jovem professor daquela instituição, vindo dos estudos do Seminário de Olinda. Quase se tornou padre. Saiu com o conhecimento suficiente para ensinar latim, francês e português, aos 18 anos. Um trabalhador da educação que deixou marcas na história da formação de pessoas na cidade sertaneja. Aqui, no Recife, também como professor, chegou a dar doze aulas por dia, nos três expedientes, em vários colégios tradicionais, sendo contemporâneo de outros, que, à época, eram nomes de destaque na Educação, ele era um dos mais jovens. Terminou os seus dias terrenos como magistrado.
Mas
Saturno — o deus romano do tempo, que a tudo consome; em grego, Cronos — é
cruel, confirma-nos pensar que a vida é uma ilusão. Como permaneci, após a
morte do meu pai, convivendo com Maria Amélia Palhano da Costa Soares, nesses
últimos 30 anos, fui notando nos seus olhos a perda do brilho, após infartos e
cirurgia para implantar um marcapasso. Hoje, nos seus 90 anos, vejo-os
nublados, como sinais do tempo, que nos traz principalmente dor...
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