Van Gogh era uma personalidade diferenciada. Quando tentava se enquadrar na tradição familiar quanto à religião e aos princípios daquele ambiente, era um desastre. O primeiro passo foi trabalhar na galeria de arte do tio Cent van Gogh, um dos parentes, que, ironicamente, enriqueceu com a venda de obras de arte e se associou a outra grande galeria, a Goupil, de um francês chamado Adolphe Goupil, formando o nome Goupil & Cie, que invadiu o mercado de arte europeu. Mas Van Gogh não se adaptou à disciplina de vendas: foi o seu primeiro fracasso.
Depois tentou ser pastor, mas foi reprovado no teste de avaliação para exercer a função. Mesmo assim, foi mandado para a Bélgica, para as minas de carvão, em Borinage. Lá, quis ser o protetor dos explorados operários; seus superiores religiosos o demitiram porque desonrou o padrão de pastor. Então, revoltou-se contra a religião e chamou os seus dirigentes de “sepulcros caiados”, outra derrota. Entre as várias decepções por que o artista passou, houve o rompimento com a família.
A arte levou-o a libertar-se dos venenos que a serpente família inoculava sobre seu espírito. Na verdade, o artista só teve dez anos para realizar a obra genial que é reconhecida pela história. Só um irmão o acompanhou e o ajudou a realizar a sua obra. Foi Theodorus, o Theo das longas cartas, nas quais Vincent compartilhava suas experiências detalhadas como artista.
Na cidade de Arles, no sul da França, o artista expandiu a sua mente realizando obras de maior representação, foi ali que conviveu com Gauguin e onde teve também um final trágico...
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